A Era do ‘Soft Block’

Como o Algoritmo Está Moldando Relações Pessoais e Profissionais

Na era digital, as interações humanas mudaram drasticamente. Não apenas em termos de como nos conectamos, mas também sobre como escolhemos nos desconectar. Um dos fenômenos mais recentes dessa dinâmica é o “soft block”, uma estratégia sutil para evitar o contato, mas sem recorrer ao bloqueio direto. Esse movimento pode parecer uma maneira de preservar a convivência pacífica nas redes sociais, mas, na realidade, está intimamente ligado aos algoritmos que regem as plataformas de mídia social e, de forma mais ampla, às relações pessoais e profissionais.

O que é o “Soft Block”?

O “soft block” é, essencialmente, uma forma de afastamento digital indireto. Em vez de bloquear uma pessoa completamente nas redes sociais, um usuário pode simplesmente removê-la da sua lista de amigos ou seguidores ou, em alguns casos, restringir o alcance de suas postagens. O objetivo é criar uma barreira sem recorrer a ações mais drásticas, como o bloqueio total. Isso permite que o usuário continue a manter a aparência de um relacionamento amigável enquanto, de fato, limita o envolvimento ou a interação.

Em um primeiro momento, o “soft block” pode parecer uma solução inofensiva, talvez até uma forma educada de cortar laços. No entanto, quando analisamos mais de perto, vemos que ele se conecta a algo mais profundo: a forma como os algoritmos influenciam as interações e as relações na sociedade contemporânea.

A influência dos algoritmos nas relações digitais

Os algoritmos, os sistemas automáticos que determinam o que vemos e com quem interagimos nas redes sociais, desempenham um papel crucial nesse novo cenário de desconexão digital. Eles não apenas organizam o conteúdo, mas também filtram as pessoas e as interações com as quais nos deparamos. Se você tem uma amizade online com alguém, mas essa pessoa compartilha ideias, opiniões ou postagens que você não concorda, é possível que os algoritmos da plataforma já tenham começado a “suavizar” essa relação antes mesmo de você tomar qualquer atitude. Isso ocorre porque os algoritmos, muitas vezes, mostram conteúdo que reforça nossas próprias crenças e interesses, criando um ambiente de validação social.

É nesse ponto que o “soft block” ganha força. Ao remover alguém da lista de amigos ou limitar sua exposição às postagens, sem bloqueá-la diretamente, o usuário está deixando a plataforma agir em seu lugar. O algoritmo, ao entender que você não interage mais com aquela pessoa, começa a mostrar menos o conteúdo dela, “isolando-a” de sua experiência digital. Esse tipo de desconexão é muitas vezes imperceptível, mas muito eficaz.

Em vez de ter que dar explicações ou tomar ações mais diretas que podem ser desconfortáveis, o “soft block” oferece uma maneira de “deixar o algoritmo fazer o trabalho sujo”. Isso altera a dinâmica das interações digitais, tornando-as mais automáticas e, em muitos casos, mais impessoais.

O impacto no campo pessoal

Nas relações pessoais, o “soft block” é uma maneira de gerenciar conflitos sem confrontos diretos. No entanto, essa dinâmica pode ser prejudicial a longo prazo, pois enfraquece a comunicação aberta e honesta. O distanciamento gradual criado pela ação de “desconectar” sem dizer uma palavra pode gerar sentimentos de incerteza, frustração e até de mágoa na pessoa que não entende o motivo de ser removida ou ignorada.

Esse fenômeno é amplamente observado em relações mais superficiais, como aquelas que surgem em redes sociais, onde a conexão muitas vezes é mais voltada para interesses mútuos do que para laços genuínos. Contudo, mesmo em relações mais profundas, o “soft block” pode ser utilizado como uma maneira de evitar discussões difíceis ou confrontos. O problema, porém, é que ele não resolve os problemas subjacentes, mas os adia, perpetuando uma cultura de desconexão sem resolução de conflitos.

O impacto nas relações profissionais

No campo profissional, o “soft block” pode ser ainda mais insidioso. Redes sociais como LinkedIn e Twitter se tornaram plataformas essenciais para construir e manter relacionamentos profissionais. No entanto, com o aumento das pressões sociais e a busca por uma imagem pública impecável, muitos profissionais começam a usar o “soft block” para filtrar contatos ou interações que podem prejudicar sua reputação ou imagem online.

Imaginemos um profissional que trabalhou com um ex-colega de trabalho e, após algum tempo, percebe que esse colega compartilha conteúdos controversos que não são condizentes com sua própria marca profissional. Em vez de bloquear diretamente a pessoa, ele pode optar por simplesmente deixá-la de fora de suas atualizações ou até mesmo desfazer a conexão sem qualquer explicação. Essa prática cria uma separação sem confronto, mas sem resolver as diferenças, e pode levar a um ciclo de desconexões digitais, onde o diálogo e o entendimento ficam em segundo plano.

Esse tipo de interação não é apenas uma questão de etiqueta digital, mas também de como os algoritmos estão moldando a maneira como as relações profissionais se desenvolvem. Os algoritmos favorecem interações superficiais, onde o número de seguidores ou conexões se torna mais importante do que a profundidade das relações. Isso faz com que as pessoas comecem a tratar seus contatos de forma mais estratégica, com o objetivo de maximizar sua visibilidade e sucesso em vez de cultivar conexões genuínas.

Entre a necessidade de aprovação e o “Soft Block”

Em muitos casos, o “soft block” também está relacionado com a busca por aprovação social. As redes sociais são construídas sobre o princípio da visibilidade e do engajamento, e isso cria uma pressão constante para que os usuários gerenciem sua imagem de maneira cuidadosa. Nesse contexto, “remover” alguém sutilmente sem causar um confronto direto parece ser uma maneira eficaz de lidar com o desconforto, sem prejudicar a aparência pública da pessoa que toma a ação.

Esse comportamento é reforçado pelos algoritmos, que priorizam conteúdos populares e bem recebidos, criando um ciclo em que a necessidade de aprovação se torna cada vez mais central na maneira como interagimos. O “soft block” acaba sendo uma maneira de proteger a imagem digital, mas, ao mesmo tempo, perpetua uma cultura de superficialidade nas interações.

O futuro das relações

À medida que a tecnologia e os algoritmos continuam a moldar a maneira como nos conectamos, o “soft block” provavelmente se tornará ainda mais comum. Em um mundo onde as interações digitais são frequentemente mais valorizadas do que as físicas, essa desconexão sutil pode se tornar a norma, criando uma cultura em que é mais fácil cortar alguém da sua vida digital do que realmente lidar com os desafios das relações interpessoais.

No entanto, isso também levanta questões importantes sobre a natureza das relações humanas na era digital. Se a tecnologia nos permite gerenciar nossos relacionamentos de forma mais estratégica e conveniente, isso está fazendo com que as interações reais e profundas se tornem mais raras? O que acontece quando a facilidade do “soft block” começa a substituir o confronto e o diálogo?

O futuro das relações pessoais e profissionais no contexto digital provavelmente dependerá de como os usuários se adaptam a essas novas ferramentas de desconexão. Embora o “soft block” ofereça uma solução rápida e eficiente para evitar o desconforto, ele também coloca em risco a autenticidade das conexões e a capacidade de lidar com os desafios que surgem em qualquer relacionamento.

No fim das contas, a escolha entre utilizar o “soft block” ou optar por um confronto direto com a pessoa que se deseja afastar será uma questão que cada vez mais refletirá o equilíbrio entre a conveniência digital e a necessidade de verdadeiras conexões humanas.

Como a geração Z está redescobrindo o cinema

A Geração Z está transformando o cinema ao integrar plataformas digitais, experiências coletivas e inovações tecnológicas.

O cinema sempre passou por transformações, mas poucas gerações testemunharam mudanças tão drásticas no consumo e na produção audiovisual quanto a Geração Z. Enquanto o hábito de ir ao cinema se torna cada vez menos frequente, novas formas de interação com a sétima arte emergem, moldadas pelo digital. O TikTok, as inteligências artificiais (IA) e até o ressurgimento dos cineclubes apontam para um futuro híbrido, onde tradição e inovação coexistem de maneira surpreendente.

Mas, afinal, como essa geração, conhecida pela fragmentação do consumo e pelo imediatismo das redes sociais, está redescobrindo um meio que nasceu para ser assistido em longas sessões escuras e silenciosas?

Do TikTok às recomendações algorítmicas

O TikTok se tornou um dos principais responsáveis por um fenômeno inusitado: o ressurgimento de clássicos e filmes independentes entre os mais jovens. Cenas icônicas viralizam, listas de “filmes que vão mudar sua vida” surgem semanalmente e edições criativas transformam até mesmo cineastas esquecidos em tendências inesperadas.

Um exemplo marcante foi o revival de Clube da Luta (1999) e Donnie Darko (2001), dois filmes que encontraram uma nova audiência por meio de vídeos curtos que explicavam suas tramas complexas. Até obras recentes, como Everything Everywhere All at Once (2022), ganharam fôlego extra ao se tornarem fenômenos na rede social.

Os algoritmos, que antes apenas indicavam filmes com base em preferências de visualização, agora funcionam como curadores culturais. O que antes dependia do boca a boca ou de revistas especializadas se transformou em uma onda digital, onde trechos de segundos têm o poder de reviver e redefinir o significado de um filme.

Cineclubes e a volta da experiência coletiva

Embora o digital domine o consumo audiovisual, há um movimento contrário acontecendo simultaneamente: o retorno dos cineclubes. Em meio a uma cultura dominada por telas pequenas e consumo individualizado, muitos jovens têm procurado formas de assistir a filmes em comunidade, longe dos multiplexes e suas superproduções.

Em diversas cidades do Brasil, cineclubes têm surgido ou se fortalecido, reunindo espectadores interessados em curadorias alternativas, desde filmes clássicos até produções nacionais e independentes. O diferencial? Além da exibição, esses espaços incentivam debates, promovendo uma relação mais profunda com o cinema.

Esse resgate da experiência cinematográfica coletiva pode ser visto como uma resposta à saturação do digital. Para uma geração acostumada a consumir tudo sozinha, em casa, a possibilidade de dividir um filme e suas reflexões com outras pessoas se tornou um atrativo inesperado.

Inteligência Artificial e o futuro da produção

Se o streaming e as redes sociais transformaram a forma como assistimos aos filmes, a inteligência artificial promete mudar radicalmente a forma como eles são feitos.

Ferramentas de IA já estão sendo usadas para criar roteiros, gerar imagens e até recriar vozes de atores falecidos. Em plataformas como Runway e Midjourney, é possível produzir sequências visuais inteiras com apenas alguns comandos. Mas o que isso significa para o cinema tradicional?

A Geração Z, acostumada à experimentação tecnológica, parece disposta a abraçar essa revolução. Muitos jovens já estão usando IA para criar curtas-metragens independentes e explorar novas estéticas, misturando animação, deepfake e hiper-realismo. Isso levanta questões importantes: qual será o papel do diretor no futuro? O que significa autoria em um mundo onde um filme pode ser gerado por um algoritmo?

Se, por um lado, a IA democratiza a produção e reduz custos, por outro, há um temor de que a criatividade humana seja substituída por fórmulas automatizadas. Esse embate entre inovação e identidade artística será um dos principais desafios do cinema nos próximos anos.

O cinema do futuro está sendo reinventado agora

A Geração Z pode não consumir cinema da mesma forma que as gerações anteriores, mas isso não significa que tenha perdido o interesse pela sétima arte. Pelo contrário: está reinventando a maneira como os filmes são descobertos, assistidos e produzidos.

O TikTok transformou a curadoria, os cineclubes resgataram o aspecto comunitário e a inteligência artificial abriu portas para uma nova forma de criação. O que parecia o fim da experiência cinematográfica como conhecíamos se tornou, na verdade, uma reconfiguração – e o futuro do cinema, como sempre, será moldado por aqueles dispostos a experimentá-lo de novas formas.

O papel das plataformas de streaming no novo cinema nacional

Nos últimos anos, as plataformas de streaming reformularam completamente o mercado audiovisual brasileiro. O que antes era um espaço dominado pelas grandes distribuidoras e emissoras de TV agora passa por uma descentralização, onde Netflix, Amazon Prime Video, Globoplay e outras empresas exercem um papel cada vez mais determinante na produção e distribuição de conteúdo nacional. Mas essa nova fase do cinema brasileiro representa um avanço real ou apenas desloca o controle da indústria para novas mãos?

O fim da dependência dos cinemas e TVs

Durante décadas, a produção audiovisual no Brasil esteve refém das grandes redes de televisão e dos circuitos de cinema. Filmes brasileiros que não tinham o respaldo da Globo Filmes, por exemplo, enfrentavam enormes dificuldades para alcançar um grande público. Além disso, a Cota de Tela — legislação que obriga salas de cinema a exibir um percentual mínimo de produções nacionais — nem sempre garantia um espaço digno para essas obras, que frequentemente eram relegadas a horários de baixa movimentação.

Com a chegada do streaming, a lógica mudou. Agora, uma produção brasileira pode estrear diretamente para milhões de assinantes, sem depender do circuito tradicional de salas de cinema ou de um horário privilegiado na TV aberta. Séries como Sintonia (Netflix) e Dom (Amazon Prime Video) são exemplos de títulos que se tornaram fenômenos nacionais sem precisar passar pelas barreiras impostas pelos exibidores tradicionais.

O streaming como nova curadoria do gosto popular

Apesar das vantagens evidentes, há um aspecto preocupante nesse novo cenário: o fato de que as plataformas de streaming passaram a ter um poder de curadoria muito semelhante ao que antes era exercido pelas grandes emissoras de TV. Os algoritmos dessas empresas determinam quais produções ganham mais visibilidade e quais são relegadas ao esquecimento dentro do catálogo.

Esse modelo faz com que o conteúdo nacional bem-sucedido esteja cada vez mais alinhado com as expectativas e estratégias das gigantes do streaming, em vez de refletir a diversidade e a complexidade do cinema brasileiro. Filmes e séries que se encaixam em gêneros populares, como ação, suspense e drama policial, têm muito mais chances de receber investimentos e campanhas de marketing robustas, enquanto obras autorais ou experimentais encontram menos espaço.

Além disso, muitas dessas produções são feitas sob encomenda para atender ao público global das plataformas, o que pode diluir aspectos culturais importantes em nome de uma estética e narrativa mais palatáveis para mercados internacionais. Esse fenômeno levanta um questionamento essencial: até que ponto o novo cinema nacional está realmente expressando a identidade brasileira, e até que ponto ele está sendo moldado para atender a interesses comerciais de empresas estrangeiras?

O efeito da globalização no audiovisual brasileiro

Se, por um lado, o streaming oferece uma vitrine inédita para o cinema brasileiro, por outro ele impõe novas formas de dependência. O financiamento de produções audiovisuais no Brasil sempre foi um desafio, e a entrada das plataformas como grandes investidoras acabou criando um modelo onde os produtores precisam negociar diretamente com empresas estrangeiras para viabilizar seus projetos.

Esse fenômeno gera um paradoxo interessante: enquanto as plataformas garantem uma difusão global do conteúdo nacional, ao mesmo tempo elas reforçam um modelo de produção que pode limitar a ousadia criativa dos cineastas. A lógica do streaming prioriza conteúdos de fácil consumo, com estruturas narrativas que se encaixam em padrões já consolidados, o que pode sufocar parte da inovação que o cinema brasileiro historicamente apresentou.

Outro ponto crítico é a forma como as plataformas remuneram os criadores. Ao contrário do modelo tradicional, onde a bilheteria e os direitos de exibição geram receitas contínuas para os realizadores, o streaming opera majoritariamente com pagamentos fixos. Isso significa que, mesmo que um filme ou série brasileira se torne um fenômeno mundial, os criadores muitas vezes não se beneficiam proporcionalmente desse sucesso, pois já venderam sua obra por um valor pré-definido.

Alternativas e caminhos para um mercado mais sustentável

Diante desse cenário, como garantir que o cinema brasileiro continue crescendo de forma independente e autêntica? A resposta pode estar na diversificação das fontes de financiamento e na criação de políticas públicas mais eficazes para o setor.

O papel do Estado ainda é fundamental para garantir que produções independentes tenham espaço e que cineastas tenham a liberdade de criar sem depender exclusivamente das plataformas de streaming. Editais públicos, incentivos fiscais e fundos de investimento são ferramentas que podem ajudar a equilibrar o jogo, permitindo que obras menos comerciais também encontrem seu público.

Além disso, é necessário que o próprio público brasileiro valorize e consuma mais o cinema nacional em todas as suas formas, não apenas as que são impulsionadas pelos algoritmos. A ascensão das plataformas oferece um potencial imenso para o audiovisual brasileiro, mas é essencial que essa transformação não aconteça às custas da identidade cultural e da liberdade criativa dos artistas.

No fim das contas, a questão não é apenas “quem manda na cultura pop brasileira?”, mas sim como garantir que essa cultura continue sendo autêntica, diversa e acessível para além dos interesses das grandes corporações. O streaming abriu novas portas, mas cabe a nós decidir como atravessá-las.

O marketing da diversidade Está realmente funcionando?

O crescimento da diversidade na publicidade levanta dúvidas sobre a autenticidade das estratégias das marcas e a real transformação estrutural

Nos últimos anos, a diversidade se tornou um pilar fundamental das estratégias de comunicação das marcas. Empresas dos mais variados segmentos passaram a exibir campanhas repletas de representatividade, incluindo pessoas negras, LGBTQIA+, indígenas e corpos fora do padrão estético tradicional. No entanto, apesar do discurso inclusivo, muitas dessas ações ainda soam superficiais e distantes de uma mudança estrutural real. A questão que se impõe é: a inclusão promovida pelas marcas é genuína ou apenas um rótulo para vender mais?

A inclusão como estratégia de mercado

O discurso da diversidade deixou de ser um diferencial e se tornou um requisito. A sociedade cobra das empresas um posicionamento claro sobre questões sociais, e as marcas que ignoram essa demanda correm o risco de serem canceladas. Isso levou muitas delas a incorporarem a representatividade em suas campanhas, tentando se alinhar às expectativas do público.

O problema surge quando a inclusão se limita a ações publicitárias e não se reflete na estrutura da própria empresa. Muitas campanhas promovem diversidade na frente das câmeras, mas nos bastidores a realidade é outra. O número de pessoas negras e trans em cargos de liderança ainda é irrisório, e poucas empresas oferecem condições reais de ascensão para esses grupos.

O “Pink Money” e o lucro em cima da representatividade

Um exemplo claro desse fenômeno é o chamado “Pink Money” — o capital gerado pelo consumo do público LGBTQIA+. Marcas patrocinam paradas LGBTQIA+, lançam produtos com as cores do arco-íris e fazem campanhas exaltando o orgulho, mas, quando se trata de políticas internas, muitas delas não oferecem um ambiente seguro para seus funcionários queer. Empresas que dizem apoiar a diversidade ainda se envolvem em denúncias de transfobia, assédio e discriminação dentro do próprio ambiente de trabalho.

A apropriação da pauta sem compromisso real não se restringe ao universo LGBTQIA+. O movimento negro também já manifestou descontentamento com empresas que lançam produtos ou campanhas com rostos negros apenas para atender a uma demanda comercial, sem realizar mudanças internas ou apoiar efetivamente causas antirracistas.

Cases de inclusão superficial

O mundo da moda talvez seja o exemplo mais visível dessa apropriação comercial da diversidade. Marcas que antes só exaltavam padrões europeus agora incluem modelos racializados e gordos em suas campanhas, mas as grades de roupas continuam restritas e as contratações seguem privilegiando um mesmo perfil branco e magro nos cargos criativos e executivos.

Outro caso emblemático é o de empresas de cosméticos que passaram a ampliar sua cartela de produtos para tons de pele mais escuros apenas depois da pressão do público. Durante décadas, as bases de maquiagem ignoravam consumidores negros e indígenas, e só após a ascensão de marcas como a Fenty Beauty, de Rihanna, que tornou a inclusão um diferencial real, outras empresas passaram a seguir essa linha.

A diferença entre marketing e compromisso Real

O marketing da diversidade só faz sentido quando há um compromisso concreto por trás dele. Mais do que colocar pessoas negras, LGBTQIA+ ou indígenas em propagandas, é preciso garantir que esses grupos tenham espaço na tomada de decisões. Isso significa mudar políticas de contratação, investir em programas de inclusão e garantir um ambiente de trabalho que respeite e valorize a diversidade.

Além disso, o impacto social das campanhas deve ser medido. Empresas que realmente se preocupam com a inclusão precisam ir além da publicidade e apoiar iniciativas sociais, educacionais e culturais voltadas para os grupos que dizem representar. Isso inclui patrocinar projetos comunitários, promover acesso à educação e garantir condições justas de trabalho e crescimento profissional para pessoas de grupos historicamente marginalizados.

O futuro da comunicação inclusiva

A internet e as redes sociais tornaram os consumidores mais críticos e atentos ao comportamento das marcas. O público já percebe quando a diversidade é usada apenas como uma estratégia comercial e tem exigido coerência entre discurso e prática. O desafio agora é transformar a representatividade em algo estrutural, garantindo que as marcas não apenas falem sobre inclusão, mas também a vivam dentro de suas operações.

Se a diversidade não for incorporada de forma autêntica, a tendência é que as campanhas vazias passem a ser ainda mais questionadas, gerando crises de imagem para as empresas. O futuro da comunicação inclusiva depende de um compromisso real com a mudança e da disposição de abrir espaço para quem sempre foi deixado de lado. No fim das contas, a inclusão não pode ser só um rótulo. Se for, ela perde a credibilidade e, com o tempo, deixa de convencer.

Fernanda Torres, cinema nacional e a Cota de Tela

A premiação da atriz por sua performance em “Ainda Estou aqui” é uma das peças da valorização da cultura nacional

A vitória histórica de Fernanda Torres no Globo de Ouro 2025, como Melhor Atriz em Filme de Drama, representa mais do que um reconhecimento individual. Ela simboliza um marco no fortalecimento do cinema nacional, que, com a recente regulamentação da Cota de Tela para 2025, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ganha novo impulso para crescer e consolidar sua relevância no cenário global. Esta convergência de conquistas reafirma o potencial criativo brasileiro e o impacto de políticas públicas na cultura.

Um Globo de Ouro para o Brasil

Fernanda Torres emocionou o mundo ao vencer na categoria de Melhor Atriz em Filme de Drama pelo filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles e produzido pelo Globoplay. Este é o primeiro prêmio de atuação no Globo de Ouro conquistado por um artista brasileiro, superando concorrentes de peso como Angelina Jolie, Nicole Kidman e Kate Winslet.

Em seu discurso, Fernanda dedicou a conquista à sua mãe, Fernanda Montenegro, que 25 anos antes havia sido indicada ao mesmo prêmio por Central do Brasil. “Esse é um filme que nos ajudou a pensar em como sobreviver em tempos difíceis”, destacou a atriz, ressaltando a importância do cinema como ferramenta de reflexão e resistência. A vitória também reforça o crescente reconhecimento internacional das produções brasileiras.

Reconhecimento internacional do cinema brasileiro

A vitória de Fernanda Torres e a regulamentação da Cota de Tela são indicativos positivos do fortalecimento da indústria audiovisual brasileira. A produção nacional tem se destacado em festivais internacionais, além de atrair a atenção de plataformas de streaming que buscam contar histórias autênticas e culturalmente ricas.

Walter Salles, diretor de Ainda Estou Aqui, também dirigiu outras obras reconhecidas mundialmente, como Central do Brasil e Diários de Motocicleta. Essa narrativas são profundamente enraizadas na realidade brasileira podem ressoar com públicos do mundo inteiro.

A Política da Cota de Tela e a valorização da produção nacional

O decreto presidencial que regulamenta a Cota de Tela é mais uma peça fundamental para impulsionar o setor audiovisual brasileiro. Publicado em dezembro de 2024, o documento determina que as salas de cinema devem dedicar percentuais mínimos de sessões à exibição de filmes nacionais, promovendo a diversidade de títulos e fortalecendo a indústria local.

A Cota de Tela, prevista na legislação desde 2001, havia ficado dois anos sem regulamentação. Agora, com validade até 2033, ela busca garantir que o público tenha acesso a mais produções brasileiras, incentivando também os cineastas a explorarem temáticas diversificadas. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou a relevância da medida: “Teremos mais cinema brasileiro nas telas e na televisão. Essa regulamentação é essencial para o fortalecimento da nossa cultura”.

A Agência Nacional do Cinema (Ancine) será responsável por fiscalizar o cumprimento das regras e estabelecer condições especiais para filmes nacionais premiados em festivais. Isso inclui garantir que obras como Ainda Estou Aqui, que destacam o potencial criativo do Brasil, possam permanecer em cartaz em sessões de maior demanda.

Iniciativas como a Cota de Tela garantem que produções menores ou independentes não fiquem restritas a circuitos alternativos. Com mais espaço nas salas de cinema, essas obras podem conquistar novos públicos e gerar oportunidades para talentos emergentes.

Desafios e perspectivas

Embora a regulamentação da Cota de Tela seja um passo importante, ainda há desafios a serem superados. A Análise de Resultado Regulatório (ARR) da Ancine identificou a necessidade de ajustes nas regras, como a cota suplementar para complexos com três a cinco salas e o aumento do número de títulos distintos exibidos.

Outro desafio é garantir que as produções nacionais tenham o mesmo apelo para o público quanto os blockbusters internacionais. Isso requer investimentos em marketing, qualidade técnica e acesso a plataformas de distribuição que ampliem o alcance dos filmes brasileiros.

Por outro lado, o sucesso de filmes como Ainda Estou Aqui mostra que é possível equilibrar qualidade artística e apelo comercial. A produção do Globoplay foi amplamente elogiada pela crítica e alcançou uma audiência significativa, provando que há um mercado para narrativas nacionais bem trabalhadas.

Um futuro promissor para as produções audiovisuais brasileiras

A vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro e a regulamentação da Cota de Tela para 2025 representam um momento decisivo para o audiovisual brasileiro. Enquanto o reconhecimento internacional eleva a reputação do cinema nacional, as políticas públicas criam o ambiente necessário para que a indústria continue a crescer e a prosperar.

Com mais espaço para filmes nacionais e o fortalecimento da produção local, o Brasil tem a chance de consolidar sua posição no cenário global e de transformar o cinema em uma ferramenta ainda mais poderosa de reflexão, identidade e resistência cultural. A história de Fernanda Torres, que dedicou sua conquista à mãe e às gerações futuras, é também a história de um Brasil que acredita no poder de contar suas próprias histórias.

Em seu discurso emocionante, a atriz dedicou o prêmio à sua mãe, Fernanda Montenegro, e lembrou a importância do apoio estatal ao setor cultural. A conquista acontece em um momento de renovação de políticas públicas voltadas para a promoção e preservação da produção audiovisual no Brasil, com destaque para as regulamentações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como a reestruturação da Cota de Tela e o fortalecimento de incentivos à produção audiovisual.

Outro marco foi a regulamentação da Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar 195/2022) e da Lei Aldir Blanc 2 (Lei 14.399/2022), que juntas liberaram mais de R$ 6 bilhões para o setor cultural, incluindo produções audiovisuais. Esses recursos são destinados a fomentar não apenas a criação de filmes e séries, mas também a formação de novos talentos, a preservação de patrimônios culturais e o incentivo à circulação das obras no mercado interno e externo.

Uma pesquisa realizada pelo Observatório Brasileiro de Cinema e audiovisual mostra o retrospecto dos registros de obras audiovisuais brasileiras produzidas nos últimos 10 anos.

A controversa presença da Farm Rio no G20

A marca de roupas carioca, que teve seus produtos exibidos durante a conferência, coleciona polêmicas

A Farm foi escolhida para representar o Brasil durante a Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro. Conhecida por seu estilo tropical, a empresa assinou o design das garrafas de água térmicas utilizadas pelos líderes globais no evento e distribuiu kits contendo itens como chinelos, camisas, braceletes indígenas, leques e chocolates artesanais. 

Apesar do prestígio, o passado da empresa é marcado por episódios questionáveis em relação a posicionamentos de marca. A escolha da Farm como representante brasileira no evento trouxe à tona algumas dessas polêmicas.

O racismo velado em campanhas de marketing da Farm

A Farm já foi diversas vezes acusada de desenvolver ações publicitárias que reproduziam concepções racistas com a cultura brasileira. A primeira delas aconteceu em 2014. Na ocasião, a empresa foi criticada por usar uma modelo branca para representar Iemanjá, orixá de origem africana, levando artistas como o rapper Emicida a denunciarem a apropriação cultural. A resposta da empresa buscou minimizar o impacto negativo da campanha, afirmando que a escolha era “apenas uma fantasia”, gerando mais controvérsia.

Em 2017, outro caso de racismo em uma de suas campanhas. A estampa escolhida para o lançamento da coleção “Ruas do Mar” exibia pessoas negras retratadas como escravas. Após a repercussão negativa, a marca retirou os produtos de circulação e emitiu um pedido de desculpas.

A última, e mais grave, das polêmicas envolvendo questões raciais aconteceu em 2022. Kathlen Romeu, funcionária da Farm e grávida de 14 semanas, foi assassinada durante uma operação policial na Zona Norte do Rio de Janeiro. A Farm então, realizou uma campanha de marketing que destinava parte de seus lucros para a família de Kathlen. Muitas pessoas acusaram a marca de espetacularização da tragédia, uma prática muito racista. Após o ocorrido, a Farm pediu desculpas e decidiu reverter 100% do valor e substituir seu diretor de marketing.

Outras polêmicas que a Farm esteve envolvida

Além das questões raciais, a Farm sofreu outros tipos de denúncias de seus clientes. Em 2016, mãe e filha relataram discriminação em uma loja da marca, onde funcionárias riram de seus corpos e não ofereceram atendimento. A Farm pediu desculpas e utilizou o caso como exemplo para treinamento interno. Apenas em 2020, a marca incluiu tamanhos GG em sua linha de roupas, resultado de parcerias com influenciadoras plus size.

Em 2014 mais uma polêmica. Dessa vez, a marca de roupas enfrentou críticas após um cliente relatar ter sido hostilizado por funcionárias ao tentar comprar uma peça de roupa feminina. Em uma publicação do Facebook, os clientes contaram que as funcionárias da loja ficaram zombando das opções de roupas escolhidas por ele. A empresa então se desculpou e demitiu as envolvidas.

Acusações de plágio da Farm

Além dessas questões, a Farm também foi alvo de acusações de plágio em suas coleções de roupa. Em 2018, a designer britânica Katie Jacobs acusou a marca de copiar seus tricôs ultra coloridos. A empresa reconheceu o plágio no caso de Jacobs e prometeu ressarcimento de todas as peças vendidas da coleção.

Já em 2020, a estilista carioca Ligia Parreira afirmou que a Farm replicou designs inspirados em saquinhos de pipoca. Nesse caso, a empresa negou as acusações, mas o histórico não é bom.

O desafio de reconciliar prestígio e inclusão

O caso da Farm no G20 reflete a complexidade da gestão de marca frente a questões de valorização da cultura nacional e respeito com seus clientes. Ao se apresentar no evento internacional, a marca, famosa por suas estampas vibrantes e seu discurso sobre a cultura brasileira, não só se coloca no centro da discussão sobre o design nacional, mas também em uma posição de alto risco, dado seu histórico de atitudes problemáticas. A Farm construiu uma imagem de marca que se vende como símbolo de leveza e exuberância tropical, mas por trás disso, esconde críticas pesadas, principalmente em relação à sua abordagem superficial de questões sociais e culturais.

A marca, em sua busca pela representação do Brasil, frequentemente se utiliza de elementos da cultura afro-brasileira, indígena e popular, mas de forma que muitos consideram distantes da realidade vivida por essas comunidades. O uso de ícones culturais sem o devido entendimento gera problemas. É importante abrir espaços para a representatividade no processo criativo, buscando uma produção mais respeitosa e um diálogo com seu público-alvo. Nas polêmicas em que a Farm esteve envolvida, houve a  sensação de que a diversidade é apenas um acessório para agradar a um público mais amplo e obter mais lucro, sem se comprometer e entender de verdade as questões importantes para esse público.

A Farm, ao afirmar sua ligação com a cultura brasileira, precisa ir além da estética superficial, idealizada e homogênea do Brasil. É preciso abrir espaço para o protagonismo de narrativas marginalizadas para além de peças de marketing.

O caso Jojo-Avon e o Pink Money na comunicação

Debate sobre o uso estratégico do marketing LGBTQIA+ reacende discussões após rompimento entre a cantora e a marca de cosméticos

Os conflitos entre a cantora Jojo Todynho e a Avon trouxeram à tona debates sobre o uso do Pink Money no marketing de influência. A expressão refere-se a estratégias que visam atrair o engajamento da comunidade LGBTQIA+, muitas vezes sem compromisso real com suas causas.

A crise gerada pelas declarações da cantora não apenas desafiou a gestão de imagem da marca, mas também levantou questionamentos sobre a ética e as boas práticas no relacionamento entre empresas, influenciadores e comunidades marginalizadas em tempos de intensa digitalização das relações. Os responsáveis pelo branding da Avon tiveram que buscar formas de contornar a crise instaurada pela influencer, que já não terá seu contrato de parceria renovado para 2025.

Quem é Jojo Todynho?

Jordana Gleise de Jesus Menezes, conhecida como Jojo Todynho, é uma cantora e influencer digital brasileira que ganhou destaque nacional em 2017, com o lançamento da música “Que Tiro Foi Esse?”. O hit alcançou o topo em todas as plataformas musicais, o que imediatamente alavancou a carreira de Jojo para a fama. 

Desde então, a cantora marca presença nas redes sociais, produzindo um conteúdos humorísticos afiados e com sua personalidade expansiva. Jojo rapidamente se tornou uma figura popular no cenário do entretenimento brasileiro, principalmente entre as pessoas LGBTQIA+, que representam seu público-alvo desde o lançamento do seu primeiro hit.

As polêmicas de Jojo Todynho e o rompimento com a Avon

No mês de outubro, Jojo Todynho revelou em uma live que se considera uma “mulher preta e de direita”. A declaração já não foi bem recebida de cara pelo seu público, já que até então, ele era composto majoritariamente por pessoas de esquerda. As críticas feitas à cantora em suas redes sociais incendiaram ainda mais suas reações.

Jojo, então, partiu para uma postura ainda mais agressiva. A influencer disparou inúmeros ataques à comunidade LGBTQIA+ e fez declarações ainda mais inclinadas à direita. Para completar e piorar a situação, Jojo ainda insinuou o desejo de se candidatar a algum cargo político e tirou fotos com a ex -primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Diante da pressão sofrida nas redes sociais, com ameaças de boicote à empresa, a Avon fez um movimento para dissociar a imagem de Jojo. A marca já havia se declarado como defensora dos direitos da comunidade homoafetiva, e portanto não haveria possibilidades de continuar se atrelando a figuras que violam essas diretrizes. Em nota, a empresa disse que “…tem um compromisso inegociável com a diversidade e com o empoderamento de milhões de pessoas por meio de seus produtos e campanhas, que buscam dar protagonismo a múltiplas vozes, opiniões, realidades e belezas. Essa crença também está refletida no relacionamento que construímos ao longo destes anos, marcados pelo respeito a todas as pessoas e comunidades”.

Os riscos de ser firmar parcerias com influenciadores

A parceria entre Jojo Todynho e Avon é um exemplo nítido da complexidade de aliar influenciadores e grandes marcas. As empresas buscam influencers digitais para ganhar visibilidade, mas podem correr um enorme risco de se atrelar à figuras questionáveis. Neste caso, Jojo Todynho havia se mostrado como uma boa escolha estratégica para Avon, especialmente pelo objetivo da marca de promover diversidade e inclusão em suas campanhas publicitárias.. No entanto, o caso de Jojo se mostrou apenas de declarações ou ações que não se alinham com os valores ou posicionamentos da empresa.

O marketing das empresas enfrenta um grande desafio ao lidar com o impacto das declarações públicas dos influenciadores. Jojo, após ter alegado que o contrato não seria renovado, pediu publicamente que seus seguidores descartassem produtos da Avon, o que gerou um conflito entre a expectativa de lealdade comercial e a autonomia pessoal.

Como desenvolver uma boa estratégia de comunicação com influencers

O caso Jojo-Avon evidencia que as empresas devem considerar que parcerias com influenciadores exigem um equilíbrio entre o potencial engajamento e os valores inegociáveis de sua marca, além de uma visão clara sobre possíveis riscos e benefícios. É essencial que as marcas estabeleçam contratos que incluam cláusulas específicas para alinhar o comportamento do influenciador com os valores e posicionamentos da empresa, assim como para gerenciar possíveis crises.

As agências têm uma grande responsabilidade de moldar percepção pública de sua empresa, e quando polêmicas como a situação de Jojo acontecem, estes são os que mais sofrem para tentar contornar o problema! 

Em contextos de alta polarização política, o marketing da empresa deve ser convicto sobre as bases fundamentais dos valores que sua empresa tem a intenção de propagar. Para minimizar os riscos, ao atrelar a marca a um influencer digital, é  fundamental que as empresas em um time de gestão de crises, buscando minimizar os conflitos que o departamento de comunicação sofrerá com possíveis desgaste de imagem.

Entre as boas práticas que englobam essas ações, destacam-se um monitoramento constante das reações do público e uma comunicação transparente e honesta com ele em momentos críticos. Além disso, é essencial que as escolhas de influenciadores ou porta-vozes considerem não apenas sua popularidade, mas também seu alinhamento com os valores e propósitos da marca.

Uma seleção criteriosa deve avaliar também habilidades de comunicação e capacidade de adaptação a diferentes contextos e públicos. As empresas precisam se preparar para possíveis crises, com protocolos claros e flexíveis que garantam respostas rápidas e consistentes.

As empresas que se destacam no mercado são as que buscam autenticidade e consistência na comunicação com seus clientes.Situações como a da Jojo-Avon podem oferecer oportunidades valiosas de reafirmação da própria marca. Em contextos de alta exposição e interação, parcerias bem geridas têm o poder de potencializar resultados.

Direitos autorais na publicidade, em pleno 2024. Rumo a 2131!

Um dos temas mais debatidos atualmente é a utilização da inteligência artificial (IA) na aferição de direitos autorais, uma ferramenta que pode revolucionar a forma como gerenciamos e protegemos a propriedade intelectual. No entanto, essa tecnologia também traz desafios significativos que precisamos enfrentar.
A principal vantagem da IA é sua capacidade de processar grandes volumes de dados rapidamente. Isso é fundamental em um setor onde a criatividade e a originalidade são essenciais, mas também vulneráveis a plágios e usos indevidos. A IA pode ajudar a identificar conteúdos similares e garantir que os direitos dos criadores sejam respeitados. No entanto, essa tecnologia ainda enfrenta dificuldades em interpretar contextos sutis, nuances e a originalidade de ideias, o que pode levar a resultados imprecisos.
Outro desafio é a questão da transparência e da confiança. Muitas vezes, as decisões tomadas por algoritmos não são claras, o que pode gerar insegurança entre criadores e empresas. É crucial que desenvolvamos sistemas que não apenas sejam eficientes, mas que também expliquem como chegaram a suas conclusões, permitindo que os envolvidos compreendam e confiem no processo.
Além disso, o ambiente regulatório em torno da propriedade intelectual ainda está se adaptando a essa nova realidade. As legislações muitas vezes não acompanham a velocidade das inovações tecnológicas, criando um cenário onde as empresas precisam navegar por um labirinto de normas que podem variar de acordo com a região e a plataforma.
A colaboração entre tecnologia e criatividade é essencial. A IA deve ser vista como uma aliada, mas não como um substituto. Precisamos fomentar um diálogo constante entre especialistas em tecnologia e criativos para garantir que as soluções desenvolvidas realmente atendam às necessidades do setor.
((O texto acima foi criado usando ChatGPT. Ao autor as glórias! 😊 )

“A batalha pelo last click”

A fragmentação da jornada é o principal desafio das marcas durante a Black Friday. É o que mostra o material “A batalha pelo last click: A disputa pelo consumidor na época mais importante do varejo”, edição mais recente do Data Stories – que aborda os desafios e as estratégias de mídia dos anunciantes e como o cliente compõe sua jornada de compra às vésperas da próxima Black Friday.

Se no começo a iniciativa era 100% online, já há um bom tempo marcas e varejistas vêm integrando tanto a experiência dos canais físicos e digitais de venda, como as estratégias de publicidade em todos os meios, para maximizar os resultados da temporada. Buscando convencer o consumidor a adquirir um produto em determinada plataforma – e não na do concorrente – os grandes varejistas (incluindo aqueles que atuam como retail media) já investiram mais de R$2,3 bilhões somente neste ano.

Dentro deste cenário, a fragmentação de dados e, consequentemente, a necessidade de combinar múltiplas fontes para entender a jornada do consumidor é de longe o principal desafio dos anunciantes. O obstáculo é indicado em primeiro lugar por 57% dos respondentes da pesquisa. Em seguida, aparecem agilidade das informações (14%) e comparabilidade de tendências (13%).

Outro desafio apontado pelos anunciantes está na medição do alcance omnichannel. Com diferentes métricas e metodologias em cada parceiro de mídia, as marcas precisam integrar os dados sozinhas ou com terceiros. Hoje, porém, menos de 10% dos anunciantes aderiram a medições centralizadas para maior agilidade e precisão. Saiba mais acessando o estudo completo!

Fonte: Data Stories

O Data Stories é um projeto da Kantar IBOPE Media que publica um novo estudo a cada mês, sempre com um tema diferente e em alinhamento com o que está em alta no mercado da publicidade e da comunicação.